Desertificação Seletiva (texto Publicado na Revista Alentejo)
2013/12/18 15:17
| Malha Larga
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Artigo para Revista Alentejo
O nosso Alentejo continua a sangrar população, a perder massa crítica, a perder eleitores, empresas, associações. Em síntese, o processo de desertificação do Alentejo que nunca foi verdadeiramente estancado, mas que nos períodos de governação socialista teve notório alívio, tem-se agravado muito desde que o atual governo de direita iniciou o seu programa de empobrecimento do País.
Nesta breve crónica, mais do que para a desertificação da nossa terra, gostava de chamar a atenção para a seletividade com que ele tem vindo a ser feita. Quem parte são os mais jovens, os mais destemidos, os mais qualificados. Não podemos permitir que isto continue a acontecer. Estancar este processo deve unir todos os que no Alentejo podem dar um contributo para isso.
Em meu entender, uma análise sociológica aos resultados das últimas eleições autárquicas na região reflete já a mudança da nossa paisagem humana.
A CDU recrudesce enquanto Partido Autárquico, fiel ao seu registo de protesto, porque a força transformadora e de desenvolvimento que os governos socialistas tinham trazido ao Alentejo se esvaiu e com essa erosão foram também muitas famílias que emigraram ou simplesmente retornaram ao litoral à procura de oportunidades e muitos os estudantes que se tendo formado fora da região a ela já não voltaram por secura de oportunidades.
É preciso inverter este ciclo de desertificação seletiva por muito que ele não seja politicamente neutro ou seja mesmo conveniente a alguns dos atores políticos. À CDU que vive legitimamente do desânimo das pessoas e ao PSD que se pudesse nos apagava do mapa ou cedia à Troica para exploração privada.
O próximo quadro estrutural 2014/2020 tem que ser essencialmente focado na capitalização de empresas e no financiamento de projetos que fixem pessoas na região. Não uma atração temporária mas uma fixação sustentada e se possível alargado no plano das famílias ou dos núcleos e equipas que trabalham em rede.
Que é preciso fixar pessoas no Alentejo, pelo menos no discurso todos estamos de acordo. Mas estaremos na forma? Sei que a Comissão de Coordenação da região Alentejo promoveu um interessante estudo que endereça de forma clara o tema. Mas precisamos antes de mais de compromissos de ação. De movimentos agregadores apoiados em medidas fortes e partilhadas.
Por exemplo o Cluster Aeronáutico ou o Cluster das Energias Renováveis? Têm que ser clusters verdadeiramente regionais e parte integrante da nossa marca enquanto Região. Não podem ser capturados por este ou aquele Município ou por este ou aquele Distrito e muito menos por este ou aquele grupo de interesses.
Considero por isso que a conceção e utilização do próximo pacote de fundos para a coesão que o Alentejo receberá são muito importantes e será a prova dos nove para distinguir os que verdadeiramente querem servir o Alentejo e os que dele se querem servir.
O nosso Alentejo continua a sangrar população, a perder massa crítica, a perder eleitores, empresas, associações. Em síntese, o processo de desertificação do Alentejo que nunca foi verdadeiramente estancado, mas que nos períodos de governação socialista teve notório alívio, tem-se agravado muito desde que o atual governo de direita iniciou o seu programa de empobrecimento do País.
Nesta breve crónica, mais do que para a desertificação da nossa terra, gostava de chamar a atenção para a seletividade com que ele tem vindo a ser feita. Quem parte são os mais jovens, os mais destemidos, os mais qualificados. Não podemos permitir que isto continue a acontecer. Estancar este processo deve unir todos os que no Alentejo podem dar um contributo para isso.
Em meu entender, uma análise sociológica aos resultados das últimas eleições autárquicas na região reflete já a mudança da nossa paisagem humana.
A CDU recrudesce enquanto Partido Autárquico, fiel ao seu registo de protesto, porque a força transformadora e de desenvolvimento que os governos socialistas tinham trazido ao Alentejo se esvaiu e com essa erosão foram também muitas famílias que emigraram ou simplesmente retornaram ao litoral à procura de oportunidades e muitos os estudantes que se tendo formado fora da região a ela já não voltaram por secura de oportunidades.
É preciso inverter este ciclo de desertificação seletiva por muito que ele não seja politicamente neutro ou seja mesmo conveniente a alguns dos atores políticos. À CDU que vive legitimamente do desânimo das pessoas e ao PSD que se pudesse nos apagava do mapa ou cedia à Troica para exploração privada.
O próximo quadro estrutural 2014/2020 tem que ser essencialmente focado na capitalização de empresas e no financiamento de projetos que fixem pessoas na região. Não uma atração temporária mas uma fixação sustentada e se possível alargado no plano das famílias ou dos núcleos e equipas que trabalham em rede.
Que é preciso fixar pessoas no Alentejo, pelo menos no discurso todos estamos de acordo. Mas estaremos na forma? Sei que a Comissão de Coordenação da região Alentejo promoveu um interessante estudo que endereça de forma clara o tema. Mas precisamos antes de mais de compromissos de ação. De movimentos agregadores apoiados em medidas fortes e partilhadas.
Por exemplo o Cluster Aeronáutico ou o Cluster das Energias Renováveis? Têm que ser clusters verdadeiramente regionais e parte integrante da nossa marca enquanto Região. Não podem ser capturados por este ou aquele Município ou por este ou aquele Distrito e muito menos por este ou aquele grupo de interesses.
Considero por isso que a conceção e utilização do próximo pacote de fundos para a coesão que o Alentejo receberá são muito importantes e será a prova dos nove para distinguir os que verdadeiramente querem servir o Alentejo e os que dele se querem servir.
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