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Pôr um Cravo (Na baioneta da Troika)



 

Aproxima-se mais um aniversário da manhã gloriosa em que renascemos para a liberdade, mas nunca como agora foi tão marcante o contraste entre o sol e a sombra na revolução de Abril.

 

De um lado brilha o sol supremo de sermos livres. Do outro lado perdura a sombra soturna do desânimo que se apoderou de um povo flagelado por políticas desenhadas nos gabinetes e nos programas informáticos e em que as pessoas, as suas vidas e os seus sonhos não fazem parte da equação.   

 

Como podemos comemorar Abril apagando a tristeza e dando uma oportunidade aos raios de sol que permanecem por detrás das nuvens da insensibilidade?

 

Mais do que palavras e slogans, precisamos de novas atitudes. Novas atitudes em cada um de nós, novas atitudes exigidas a quem nos governa, novas atitudes perante quem nos subjuga e tutela. Precisamos ter a grandeza de conseguir pôr um cravo na baioneta da Troika.

 

Portugal é uma nação milenar. Temos enfrentado e vencido desafios enormes. Passámos muitos Adamastores. Somos capazes de sendo sérios e assumindo os nossos compromissos, nos relacionarmos em pé de igualdade com os povos nossos iguais. Propor caminhos nossos para resolver a crise financeira que atravessamos. Dialogar, negociar, mas não abdicar da nossa soberania. Não capitularmos para sermos respeitados.

 

Um governo que é em permanência porta-voz de quem manda cortar e asfixiar a nossa economia e o nosso Estado Social e não assume a defesa da voz de quem o elegeu é um governo que não é digno de Abril. Que tem toda a legitimidade formal mas que perde todos os dias legitimidade moral para nos conduzir nestes tempos difíceis.

 

Temos por isso que ser nós a fazer ouvir a nossa voz. A levar as flores da esperança a quem nos aponta as armas do empobrecimento. A marchar contra os canhões da opressão financeira, não com o perjúrio do incumprimento, mas com a dignidade de quem quer outro caminho para saldar as suas dívidas e recuperar a sua capacidade competitiva, cientes que como aconteceu em Abril de 1974 a nossa libertação da irracionalidade duma Europa sem solidariedade, será um sinal para a libertação de outros povos e para a regeneração do próprio projeto humanista que constitui a matriz da União Europeia.

 

Abril é atitude. Atitude é mobilização. Mobilização é mudança. Vamos dar sentido a este novo Abril em Portugal. Cravos ao alto. Lutar. Vencer.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

        
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