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Visto de Casa - (01/05)

Eu ainda sou do tempo em que o 1 de maio não se podia comemorar. Quando mudou, com a revolução dos cravos, recordo-me de ler noticias sobre a grande festa do 1 de maio de 1974, porque em Angola, onde vivia então, nem a preto e branco havia TV. Dos anos seguintes, já em Évora, tenho uma memória mais nítida. Os tratores e as roulottes das cooperativas (unidades coletivas de produção) criadas com a reforma agrária, vinham até ao Rossio, desfilavam pelo centro histórico e tudo acabava com música, discursos e um colorido piquenique nas arribas do alto de São Bento. 

Os anos foram passando e o 1 de maio foi-se tornandoem Portugal, e creio que um pouco por todo o mundo democrático, uma celebração dos sindicatos e das suas centrais e uma homenagem dos povos àqueles que trabalhando ou defendendo os trabalhadores, contribuem para o equilíbrio social e para o progresso económico.

Tal como o 25 de abril e ao que tudo indica também o 10 de junho, este ano a celebração do 1 de maio terá um carater mais simbólico do que em anos anteriores, convidando por isso à reflexão sobre o seu sentido, dado a festa ser menos exuberante, confinada que foi por um vírus que não gosta nem de trabalhadores nem de patrões, para usar uma linguagem dos tempo de antanho. 

Há uma questão recorrente que se coloca por esta altura. Devem homenagear-se os trabalhadores, no sentido clássico da categoria ou da classe, ou o trabalho? A resposta não é fácil porque há muitaspessoas na sociedade atual que são ao mesmo tempo trabalhadoras e capitalistas, como proprietárias de negócios em que também trabalham, acionistas como forma de aplicação das suas poupanças ou exercendo por conta própria.       

A situação especial em que vamos viver o dia de hoje, com distanciamento social e fronteiras territoriais como já não nos recordamos de ter tido (o confinamento concelhio não sei se alguma vez tinha acontecido, desde que os ditos foram sendo criados e recriados, dos tempos medievos aos nossos dias), pode ajudar a simplificar a resposta.

O 1 de maio homenageia quem se sentir homenageado, e celebra a emancipação da classe trabalhadora na defesa dos seus direitos, mais ainda quando essa emancipação foi a semente da participação e da transversalidade acrescida das sociedades modernas. Sociedades democráticas, reforço, porque nas que não são, está ainda muito longe de ser assim.

O 1 de maio de 2020 homenageia e lembra em especial aqueles que hoje estão a trabalhar para nos proteger na crise, aqueles que por causa dela perderam o seu trabalho e os muitos que viverão este dia com angústia,não sabendo se amanhã ainda terão o emprego que tinham ontem. É a eles em particular, que sugiro que dediquemos o 1 de maio deste ano. Até amanhã, com muita saúde para todos.      

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