Retrato Robot
2011/03/05 00:28
| Diário do Sul, Visto do Alentejo
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Vivemos tempos pródigos para a demagogia e o populismo. O exercício da função política tem uma dupla face, permitindo desenvolver projectos que combinam realização pessoal e interesse público e sujeitando ao mesmo tempo os protagonistas a um escrutínio fino, legítimo e saudável da sua actividade.
Tenho verificado ultimamente, compulsando notícias de jornal, fóruns radiofónicos e televisivos e correio dos leitores, que o retrato robot do “político” ideal para muita gente é alguém que viajando em transportes públicos, com uma remuneração alinhada pelo salário médio nacional, sem staff nem instrumentos de apoio à decisão nem direito à privacidade e a ter uma vida pessoal, resolva como por magia todos os problemas do País!
É curioso este aparente ou real paradoxo. Quanto mais alguém defende a retirada de todos os “privilégios” aos detentores de cargos políticos, mais defende também que todo o mal da nação está em quem governa ou exerce mandatos de representação e logo que todo o ónus da solução passa por uma melhor governação ou representação.
Tem sido publicada nos tempos recentes literatura diversa sobre os nós cegos das nossas dificuldades económicas e sociais. Em minha opinião esta contradição fundamental entre o retrato robot do “político” ideal e aquilo que dele se espera constitui um verdadeiro nó a desatar sem populismo nem demagogia.
A minha visão do retrato robot dum político no século XXI é alguém com convicções fortes, que dispondo de meios adequados de apoio à decisão em termos de staff técnico e de acesso à informação, decide com transparência em respeito pelo mandato recebido, não beneficiando nem sendo prejudicado materialmente pelo serviço público, mantendo um quadro de integração social que lhe garanta equilíbrio emocional e lucidez nos momentos críticos de opção e escolha.
É este modelo compatível com a imagem do político extenuado, desacreditado, suplicante, desinserido e desapossado que muitos querem fazer prevalecer. Não é! O barato em democracia sai muito caro e se dúvidas houvesse sobre isto bastaria ter em conta a suspeição que sempre resulta do facto de alguém se sujeitar a exercer mandatos sem condições mínimas. Os mesmos que tornam esqueléticas as condições de exercício dos mandatos políticos são os primeiros a sublinhar que se alguém os aceita desempenhar em tão parcas condições é porque tem um ego descomunal ou usufrui de benefícios não transparentes!
É por tudo isto que considero fundamental alinhar o retrato robot dos “políticos” que queremos para nos representar com aquilo que deles legitimamente esperamos. Não o fazer é fomentar a esquizofrenia democrática. Uma esquizofrenia perniciosa e que não beneficia ninguém, nem mesmo os “robots” esquizofrénicos que sobrevivem na demagogia e no populismo fácil.
Tenho verificado ultimamente, compulsando notícias de jornal, fóruns radiofónicos e televisivos e correio dos leitores, que o retrato robot do “político” ideal para muita gente é alguém que viajando em transportes públicos, com uma remuneração alinhada pelo salário médio nacional, sem staff nem instrumentos de apoio à decisão nem direito à privacidade e a ter uma vida pessoal, resolva como por magia todos os problemas do País!
É curioso este aparente ou real paradoxo. Quanto mais alguém defende a retirada de todos os “privilégios” aos detentores de cargos políticos, mais defende também que todo o mal da nação está em quem governa ou exerce mandatos de representação e logo que todo o ónus da solução passa por uma melhor governação ou representação.
Tem sido publicada nos tempos recentes literatura diversa sobre os nós cegos das nossas dificuldades económicas e sociais. Em minha opinião esta contradição fundamental entre o retrato robot do “político” ideal e aquilo que dele se espera constitui um verdadeiro nó a desatar sem populismo nem demagogia.
A minha visão do retrato robot dum político no século XXI é alguém com convicções fortes, que dispondo de meios adequados de apoio à decisão em termos de staff técnico e de acesso à informação, decide com transparência em respeito pelo mandato recebido, não beneficiando nem sendo prejudicado materialmente pelo serviço público, mantendo um quadro de integração social que lhe garanta equilíbrio emocional e lucidez nos momentos críticos de opção e escolha.
É este modelo compatível com a imagem do político extenuado, desacreditado, suplicante, desinserido e desapossado que muitos querem fazer prevalecer. Não é! O barato em democracia sai muito caro e se dúvidas houvesse sobre isto bastaria ter em conta a suspeição que sempre resulta do facto de alguém se sujeitar a exercer mandatos sem condições mínimas. Os mesmos que tornam esqueléticas as condições de exercício dos mandatos políticos são os primeiros a sublinhar que se alguém os aceita desempenhar em tão parcas condições é porque tem um ego descomunal ou usufrui de benefícios não transparentes!
É por tudo isto que considero fundamental alinhar o retrato robot dos “políticos” que queremos para nos representar com aquilo que deles legitimamente esperamos. Não o fazer é fomentar a esquizofrenia democrática. Uma esquizofrenia perniciosa e que não beneficia ninguém, nem mesmo os “robots” esquizofrénicos que sobrevivem na demagogia e no populismo fácil.
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