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O Dono da Bola



 

No dia 2 de Março e tendo em conta que não existe na Assembleia da República uma solução maioritária que possa pôr fim ao descalabro da atual governação, o povo passou a bola ao único pilar institucional a quem poderia passar, ou seja, ao Presidente da República Aníbal Cavaco Silva. 

 

Cavaco Silva, eleito em votação direta, nominal e universal é de pleno direito o “pivot” institucional da democracia portuguesa.

 

 Durante o seu mandato, o Presidente da República em Portugal, tem o poder e o dever de fazer com a bola aquilo que entende ser melhor para a equipa de todos nós. Dizer que uma vez eleito o Presidente se esgota a maioria presidencial é mais a expressão de um desejo do que a descrição duma realidade verificada.

 

 No entanto os Presidentes não podem ignorar as dinâmicas sociais e políticas que ocorrem durante o seu exercício. Mario Soares e Jorge Sampaio deram disso, exemplos inolvidáveis, tão mais valiosos quando operaram em sentidos contrários, Soares inviabilizando um governo da “sua maioria” e Sampaio um da “maioria que não votou nele”.  

 

Quem não se recorda do pontapé fulminante com que Cavaco Silva marcou golo na baliza do Governo minoritário de José Sócrates, traçando num simples discurso de posse o destino do governo em funções?

 

Sejamos no entanto claros. O dono da bola tem a legitimidade popular, mesmo quando o povo parece descontente com o uso que ele tem feito dela. Por isso temos que aceitar a escolha de Cavaco Silva, de jogar agora mais em contenção, lateralizando jogo, fazendo passes curtos, ameaçando remates, mas evitando tanto quanto possível bater as redes de Coelho e companhia.  

 

Resta no entanto uma dúvida fundamentada. Cavaco Silva faz contenção porque quer acabar o seu mandato sem desempatar jogo, o que significa a eliminação da esperança para milhões de portugueses, ou usa essa tática para não arriscar falhar e criar condições para um remate sem defesa no momento mais oportuno?

 

Não sei responder a esta pergunta. Agora que Aníbal Cavaco Silva atinge metade do seu derradeiro mandato, mantenho a atitude institucional que sempre mantive. Ele é o Presidente que os portugueses escolheram.

 

Eu não votei em Cavaco Silva, mas no dia em que a maioria votou passei a respeitá-lo como o meu Presidente. O Presidente de nós todos, que só se engrandecerá se ouvir o sentimento da maioria popular. Um sentimento que é hoje tão forte e ruidoso que ninguém pode argumentar que o não escutou.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 
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