Ciclo da Primavera
2013/03/23 15:30
| Diário do Sul, Visto do Alentejo
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Este ano a abertura do Ciclo da Primavera
promete ser um tempo de renovação social e política no mundo, na Europa e em
Portugal.
Assinalando o início desse ciclo aceitei
um simpático convite da Sociedade “Carlista” presidida pelo meu amigo e
candidato do PS à autarquia de Montemor-o-Novo, Olímpio Galvão, para assistir
ao Concerto da Banda Filarmónica da Guarda Nacional Republica no magnífico
Teatro Curvo Semedo.
Foi um concerto de grande qualidade, com
uma direção de elevado nível do Maestro Capitão João Afonso Cerqueira, que é
também o Maestro da Sociedade Antiga Filarmónica Montemorense “Carlista”,
magníficos executantes, boas participações das solistas de S. Carlos Ana Sêrro
e Natália Carvalho de Brito, a estreia mundial duma composição do Guarda
Alexandre Almeida, membro da Banda, e uma participação de elevado brilho do instrumentista
local André Banha.
O percurso de rivalidade entre a
sociedade Carlista e a Sociedade Pedrista de Montemor -o – Novo é um
interessante episódio da nossa história e da rivalidade entre Regeneradores e Progressistas.
Lugar importante na história tem também o imponente Teatro Curvo Semedo,
planeado pelo arquitecto Raul Lino em 1925, após incêndio em 1922 do teatro
existente e que acabaria por só ser concluído definitivamente e inaugurado em
17 de Janeiro de 1960, dando uma boa nota da persistência e da capacidade de
não desistir que caracteriza o povo alentejano.
Esta rivalidade e uma boa parceria com a
Autarquia, deu a Montemor-o-Novo um excelente lastro na sua cultura musical, o
mesmo se aplicando a outros domínios das artes e do espectáculo com a fixação
no Concelho de animadores e artistas de grande qualidade em associação com o
processo de requalificação do Convento da Saudação.
Ao chegar ao evento uma amiga de velha
data lançou-me uma pergunta inesperada. “Então agora só porque és candidato à
Presidência da Assembleia Municipal de Montemor já começas a vir aos nossos
espectáculos?”.
No momento balbuciei qualquer coisa de que não
me recordo, mas fiquei a refletir e conclui para mim mesmo que o que se passa é
exactamente o contrário.
É por sentir um renovado interesse pelas
raízes da minha família e da minha infância que depois de ter corrido mundo em
tantas tarefas e desempenhos, me sinto profundamente motivado a servir a terra
onde os meus pais nasceram, onde eu cresci em momentos decisivos antes e depois
da revolução de Abril, e onde a força e a dinâmica das gentes abre grandes
oportunidades de desenvolvimento, como bem o demonstrou o brilhantismo como no
dia 22 de Março ali foi aberto o Ciclo da Primavera.
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