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Buracos Negros




 

Não é apenas o universo que na sua textura tem alguns buracos negros. A União Europeia, que ao contrário de algumas teorias sobre o universo está longe de ser una, está pejada desses espaços aparentemente vazios mas em cuja consequência a distribuição de riqueza é alterada e as desigualdades são fortemente acrescidas.

 

Países como o Luxemburgo, a Holanda, a Irlanda e o Reino Unido têm legislações criativas que permitem às empresas acomodar os seus lucros a taxas minimalistas de cobrança fiscal, tendo por consequência que os cidadãos europeus são desacomodados dos seus pecúlios para pagarem a crise e assumirem sozinhos o funcionamento do Estado.

 

A harmonização fiscal, ou a sua falta, é uma das peças determinantes em falta na arquitetura europeia. Depois do que se soube agora sobre a lavagem de lucros no Luxemburgo tem que passar a ser uma prioridade absoluta do novo Presidente da Comissão Jean Claude Juncker. 

 

Sejamos claros. Juncker trouxe uma nova esperança à UE e muitos são os poderes que o gostariam de desalojar e ver pelas costas. Mas ninguém está acima da lei.

 

 Se Juncker compactuou com processos ilegais tem que ser penalizado por isso. Se apenas foi cúmplice indireto de uma imoralidade, então a prova que tem que fazer desde já é liderar o combate a essas práticas e acabar com os buracos negros, a que também se chama eufemisticamente paraísos fiscais, no território da União.    

 

Alguns dos leitores perguntarão se um homem que compactuou com práticas de lavagem imorais de lucros pode acabar com elas.

 

 Cito aqui Dominique Strauss-Kahn, o ex-Presidente do Fundo Monetário Internacional (FMI) que perguntado sobre o sucesso de Mario Draghi, o atual presidente do Banco Central Europeu (BCE) como regulador, afirmou que isso se devia a ele ter estado antes do lado dos especuladores. Conhecia-lhes as técnicas e as práticas e por isso podia combatê-los melhor.

 

 Pois assim é também com Juncker. Sabe bem como se contorna a equidade. Não tem desculpa para não a repor. É o caminho estreito por onde tem que afirmar a sua liderança, sob pena de à história como mais um meteorito engolido pelo buraco negro dos grandes interesses financeiros.

 

 

 

 

 

 

 

  
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