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Sobre a dinâmica política (autárquica e nacional)

Nas próximas eleições autárquicas é esperado um acréscimo do número de candidaturas de movimentos independentes de cidadãos, que em 2013 obtiveram 13 presidências de Câmaras, entre as quais a presidência da segunda maior cidade do País. Só uma parte dessas candidaturas corresponderá ao espírito da lei, que visa dar espaço a soluções políticas não cobertas pelas ofertas dos Partidos Políticos reconhecidos constitucionalmente. A grande maioria serão produto de fraturas circunstanciais nos partidos tradicionais.

O espaço político autárquico, com ligeiras variações decorrentes da dinâmica das coligações, ou mais recentemente das referidas candidaturas independentes, tem-se mantido com a mesma textura base ao longo dos 12 atos eleitorais já realizados, alternando o PSD e o PS o papel de partidos maioritários no mapa autárquico nacional. 
       
No plano político nacional a tectónica dos principais partidos tem também conseguido absorver as tentativas de emergência de novas forças políticas, com a exceção até ao momento do Bloco de Esquerda. O Partido Renovador Democrático que em 1985 se aproximou dos 20% em eleições legislativas, foi o mais estrondoso exemplo da capacidade do sistema político base reabsorver as tentativas de o romper ou reestruturar.

Manter-se-á essa resiliência nos próximos anos. Os tempos não estão fáceis para a prospetiva política. Tudo dependerá de como os partidos tradicionais responderem a duas crateras expostas, uma no designado centro liberal esvaziado pela viragem à direita do PSD/PPD, e outra no território emergente da sustentabilidade ambiental que o Partido da Terra não conseguiu ocupar, e que o Partido “os Verdes” e o Partido dos Animais só parcialmente ocupam.

cratera central vai ser disputada pelo PS e pelo CDS/PP, conhecendo-se também algumas movimentações de personalidades visando a criação de um novo Partido. No PSD alguns militantes genuinamente social-democratas também poderão reverter a guinada de Passos que Rio não corrige, mas por exemplo Rangel ou Moedas poderiam mitigar. Já o espaço da sustentabilidade (verde) tem maior tendência para uma representação fragmentada, gerando-se em cada Partido uma corrente e linhas programáticas para procurar dar resposta a estes temas cada vez mais valorizados pela sociedade.

Importante é a relação entre a ocupação do espaço político e a abstenção. Parte da abstenção tem uma raiz técnica, devida à desatualização dos recenseamentos e à obsolescência do método de voto e outra parte deve-se à incapacidade dos Partidos existentes de mobilizar parte do eleitorado para exercer o seu voto. Será esse terreno fértil para o surgimento de novos partidos? Talvez, mas neste caso, para Partidos de nova geração em termos de organização e funcionamento, que surgirão mais tarde ou mais cedo se os partidos atuais não migrarem nesse sentido.  
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