Também estou...


No Twitter:


No Facebook:


Carlos Zorrinho's Facebook profile

No arquivo deste blogue:

Carta Estratégica




 

Como Membro da Assembleia Municipal de Montemor-o-Novo tive a oportunidade de participar dia 1 de abril numa reunião extraordinária em que foi debatida a “Carta Estratégica” para aquele Concelho para a próxima década. Foi uma reunião com enorme significado político, porque permitiu concluir algo de muito importante, sobretudo num Município governado desde que há poder local democrático pelo Partido Comunista e pela sua visão centralista democrática, ou seja, pela ideia que as políticas públicas substituem os cidadãos no comando e controlo dos caminhos de desenvolvimento. Esta abordagem já falhou no passado e no atual quadro social é inviável. A “Carta Estratégica” tem que ser debatida de forma alargada por toda a população e só terá sucesso se conseguir um compromisso forte com a execução daquilo que nela for proposto. 

 

Com a oportunidade de acederem aos fundos do Portugal 2020 e a necessidade de começarem a preparar o novo ciclo de políticas de desenvolvimento e coesão pós 2020 é provável que um pouco por todo o País os territórios estejam a pensar o seu futuro e as suas prioridades. O Governo aliás está a dar o exemplo ao lançar um debate alargado sobre o Programa Nacional de Reformas e os eixos estratégicos para combater os constrangimentos ao crescimento económico à criação de emprego no País. As palavras-chave nestes processos têm que ser compromisso e ação. Compromisso e ação dos órgãos de poder democrático e compromisso e ação dos cidadãos e da sociedade civil.

 

Publiquei há alguns anos um ensaio sobre a Gestão da Felicidade (Bnomics 2012 ) em que parti da ideia base de que o esforço quotidiano que fazemos para sermos felizes é o outro lado do espelho do combate que fazemos fugirmos ao medo. Ao medo físico de não sobrevivermos, ao medo social de não sermos incluídos e ao medo psicológico de não encontrarmos um sentido para a vida.

 

Nesse ensaio refleti sobretudo sobre a forma como as políticas públicas deviam ser desenhadas para reduzir as condições de medo e em consequência para ajudarem as pessoas a serem felizes. Tudo o que aí escrevi contínua atual. As políticas públicas são muito importantes para mobilizar a ação. No entanto, o principal combate tem que ser travado por cada um de nós, com a sua atitude, com a sua participação e com o seu compromisso com as respostas necessárias.

 

A necessidade de implicação e compromisso está em todo o lado e em todos os desafios. Infiltra as questões globais e também as questões das políticas de proximidade. É parte da vida e dos seus desafios, tal como eles se configuram neste tempo de revolução tecnológica e política.

 

A Política feita dos diretórios para os cidadãos levou ao desinteresse e ao afastamento da participação e ao medo. O melhor contributo que cada um de nós pode dar contra o medo é ser protagonista duma forma de viver que dê menos espaço aos fatores de risco quer em termos da segurança, quer em termos da exclusão, quer em termos da capacidade de realização das pessoas no quadro de comunidades viáveis e saudáveis.

 

Por isso as “cartas estratégicas” sejam aplicadas no domínio ou no patamar que forem, não podem ser missivas dos “mandantes aos mandados”. Só terão sucesso se forem assinadas por todos e sentidas como um compromisso de todos na sua concretização.

 

 
Comentários
Ver artigos anteriores...