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O Apelo de Marcelo

No mesmo dia em que por razões de Estado assistiu à posse de Jair Bolsonaro, novo Presidente do Brasil, que no seu discurso decepou a democracia brasileira ao declarar combate ao socialismo e ao politicamente correto, Marcelo Rebelo de Sousa divulgou a sua mensagem de Ano Novo com um apelo forte à participação política, ao voto, ao empenho e compromisso dos eleitos e à maior credibilidade e transparência das Instituições.

Tenho de há muitos anos uma sincera admiração pela inteligência, vivacidade e gosto genuíno pela política do professor, advogado, jornalista e militante Marcelo Rebelo de Sousa. Muitas vezes discordei dele, mas sempre apreciei a criatividade sibilina da sua análise e da sua ação e o seu humanismo.

Não me esqueço que da negociação constitucional em que foi protagonista, nasceu o caminho tortuoso que impediu a concretização da regionalização administrativa. Ele não foi o único implicado, mas como líder da oposição na altura, teve um papel fundamental num processo de revisão que teve esse como dos principais impactos. Poucos têm lembrado isso quando agora se fala da falta de densidade em gentes, equipamentos e competências institucionais no interior.

Recordo-me do também do seu combate democráticopela Câmara de Lisboa, com Jorge Sampaio, e em lutei e comemorei a vitória daquele que viria a ser um excelente Presidente da República, antes do hiato da magistratura cinzenta de Cavaco Silva e da eleição de Marcelo para a presidência. Não votei em Marcelo naseleições presidenciais de 24 de janeiro de 2016.

Faço, no entanto, uma apreciação muito positiva da forma aberta, mobilizadora, humana e disponível como tem exercido o seu mandato. A Marcelo pode e deve também ser creditada uma responsabilidade significativa na capacidade que Portugal e o seu povo têm tido para enfrentar a adversidade do empobrecimento imposto e recuperar a confiança no futuro e o desenvolvimento sustentável no presente.

O ano de 2019 será um ano determinante para a magistratura presidencial. O seu apelo de Ano Novo à participação, quer de eleitores quer de potenciais candidatos, foi muito oportuno e adequado. Marcelo disse aos portugueses para não se demitirem de um direito de escolha cuja conquista foi dura e tem que ser preservada, comprometendo-se em simultâneo com o seu dever de isenção.

Sigamos o apelo de Marceloantes sublinhado também por António Costa na sua mensagem. Participar plenamente nos processos de escolha é uma das mais potentes ferramentas de defesa da democracia e nosdias que correm defender a democracia nunca é tempo perdido.
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