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Qualifiquem-se Porra (vernáculo alentejano)




Para os menos habituados ao vernáculo alentejano, esclareço que o título deste texto se inspira na pichagem que um grupo de jovens da JS do Baixo Alentejo colocou em maio de 1994 na parede de um pontão inacabado da Barragem do Alqueva. O “Construam-me Porra” ali escrito no inicio da última década do século XX transformou-se num ícone da determinação e da vontade. A barragem construiu-se e é hoje um importante suporte ao desenvolvimento socioeconómico regional. 

Mas há mais a construir na nossa terra. A qualificação das nossas gentes é o mais prioritário. O mundo está a mudar e a economia também. Milhares de empregos tradicionais vão ser perdidos ou deslocalizados. Em simultâneo, milhares de novos empregos vão ser criados pela transição energética e pela revolução digital. O que é que separa uns dos outros? A qualificação necessária, obviamente.

Em Portugal 2 em cada 5 trabalhadores não tem as qualificações adequadas para as funções que desempenha. Em relação às funções que potencialmente vão ser necessário ocupar, o diferencial não está quantificado, mas será muito maior.

No Alentejo, com uma elevada taxa de desemprego entre os jovens, a carência de recursos humanos nos novos domínios dos serviços e tecnologias da informação é enorme. É urgente um esforço conjunto das pessoas e das instituições pela qualificação e pela requalificação, como condição de empregabilidade, de dignidade e de fixação no território de empresas e famílias.

Em 10 de Junho deste ano a Comissão Europeia lançou um programa para responder ao deficit de qualificações e competências profissionais na União Europeia. O programa designado “Uma nova agenda de competência para a União Europeia” engloba dez linhas de ação calendarizadas a concretizar até ao final de 2017, visando “trabalhar em conjunto para reforçar o capital humano, a empregabilidade e a competitividade”.

Este programa assegura a todos os cidadãos europeus uma garantia de competências (avaliação, formação, reconhecimento) na linha do que foi a prática percursora do Programa Novas Oportunidades em Portugal, propõe uma revisão geral dos referenciais de competências, integra uma maior aposta no ensino vocacional, inclui a criação de programas de qualificação para migrantes e refugiados, prevê o desenvolvimento de programas de qualificação especializados para “clusters” empresariais, garante o fornecimento de informação atualizada sobre necessidades de mercado e propõe-se fomentar uma coligação de parceiros para responder ao deficit de competências digitais.

Os instrumentos e os financiamentos estão disponíveis. A necessidade e a oportunidade são óbvias. Por isso, caros leitores, se estão no inicio ou no meio de um percurso profissional, não hesitem. Qualifiquem-se porra!       


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