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Podemos Sim !




 

No espaço politico entre o Partido Socialista e a Esquerda Conservadora gerou-se um cadinho dinâmico que está a gerar novos movimentos como cogumelos. A inspiração parece óbvia. Em Espanha e na Grécia, ao contrário de outros países em que tem sido a extrema – direita a capitalizar as ondas populistas, o Podemos e o Siryza cresceram na fronteira esquerda dos respetivos Partidos Socialistas e aparecem nos estudos de opinião como potenciais alternativas de governação.

 

Para evitar fenómenos populistas à direita ou à esquerda Portugal precisa de boa governação e de afirmação clara de alternativas no quadro do regime de representação. Por isso considero que 2015 não é como 1983. O risco democrático de um Bloco Central é agora muito maior. Em política nunca se deve dizer nunca e podem existir circunstâncias que “obriguem” a uma aliança patriótica alargada, mas em circunstâncias normais é mais saudável para a democracia que PS e PSD corporizem alternativas democráticas fortes.

 

Por outro lado os Partidos tradicionais têm que se abrir mais à sociedade. No PS e na sequência da escolha através de Primárias do candidato a Primeiro-Ministro perfila-se um movimento de aprofundamento da abertura do Partido à Sociedade Civil. É uma liderança tradicional. Recordo que já em 1995, num debate que teve como base uma proposta que então elaborei a pedido de Antonio Guterres (conhecido como “Documento Zorrinho”) o PS aprofundou a participação de independentes na sua vida quotidiana dando enquadramento e continuidade ao Movimento dos Estados Gerais para uma Nova Maioria.

  

O Manifesto agora em preparação, por aquilo que dele conheço, é uma proposta estimulante e que coloca questões muito interessantes, que não devem ser vistas como propostas fechadas, mas como propostas para debate. De facto, para muitas delas, só a reflexão e o estudo podem dar a boa resposta.

 

Alguns exemplos. Em Inglaterra a tradição do Governo sair de entre os Deputados eleitos funciona com grande sucesso. Funcionaria em Portugal? As primárias para o Parlamento Europeu sendo uma lista nacional única não correriam o risco de distorcer a diversidade técnica e territorial da representação? Deverá existir um limite de mandatos para deputados, designadamente num quadro de futuros círculos uninominais? Estas três questões são desde já uma amostra da riqueza do debate que tem que ser travado, e não entram ainda no terreno escorregadio das fronteiras entre o que deve ser referendado e o que deve ser assumido como decisão de mandato político.

 

É um debate complexo mas que deve ser travado quanto antes. E podemos. Claro que podemos. Podemos Sim! 

 

   

 
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