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Ordem, Caos e Utopia

No ano 2000, em plena transição de século e de milénio, publiquei um livro que intitulei Ordem, Caos e Utopia, contributos para uma história do século XXI (Editorial Presença) em que procurei sintetizar a minha visão académica, política e filosófica a partir de um olhar sobre o passado, o presente e o futuro.

Para o fazer inspirei-me em José Saramago, que numa aula magistral por ocasião do seu doutoramento “Honoris Causa” pela Universidade de Évora disse, certamente por outras palavras, que o passado era histórico, o presente caótico e o futuro utópico.

Foi um privilégio ter recebido um convite da Universidade de Évora para no passado dia 10 de novembro inaugurar na linda sala das Belas Artes (Biblioteca do Colégio do Espírito Santo) o ciclo “Ler e falar com ...” falando exatamente desse livro 16 anos depois de ele ter sido publicado.

16 anos passados a utopia é hoje história, vivemos no novo caos e precisamos de uma nova utopia. É desenhando utopias que damos sentido à vida e narrativa à história.

No tempo do fim do milénio vivemos todos uma excitação. Era o eventual fim do mundo e o grande “bug” informático. Nenhum dos dois se concretizou. Agora vivemos uma excitação menos feliz. A ordem mundial tal como a conhecemos está a esfarelar-se. A eleição de um personagem como Donald Trump como presidente da maior e mais poderosa nação do mundo não deixa espaço para falsas esperanças. O que vem aí de novo, depende do sonho e da capacidade de o fazermos acontecer.

A sociedade do conhecimento e das plataformas digitais permitiu eleger Obama como Presidente dos Estados Unidos. Permitiu também uma globalização desregulada e aditivada que inflacionou as desigualdades e excluiu biliões de seres humanos do direito a dignidade e do sentido de realização pessoal e em comunidade.

São esses excluídos que agora elegeram Trump. Não os mais pobres, mas os mais desiludidos com a vida. O tempo e o espaço abraçam—se em espiral. Sempre foi assim e sempre assim será.

O futuro depende do compromisso que assumirmos com a mudança e da forma ativa como concretizarmos. Hoje estamos todos ligados pelas redes de informação. Está nas nossas mãos desenhar as plataformas de solução. Moldar o barro. Decidir o que está para vir.

Precisamos embrenhar os valores nos novos algoritmos que nos comandam e ousar desenhar as utopias que moldarão a história dos novos tempos.

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