A Ideologia dos Rankings (texto redigido há 2 anos)
2009/01/08 19:14
| Malha Larga
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Numa sociedade em que o mais difícil é discernir entre o essencial e o acessório no meio do turbilhão de informação a que acedemos, os rankings são uma ferramenta prática, elegante e intuitiva de posicionar pessoas, empresas, instituições ou países, introduzindo níveis de comparabilidade e facilitando a comunicação de resultados.
No exercício das minhas funções como Coordenador da Estratégia de Lisboa e do Plano Tecnológico tenho acompanhado de perto a dinâmica de dezenas de rankings ligados á competitividade e à modernização da sociedade. Rankings que na generalidade têm reportado, com maior ou menor actualidade na informação de suporte, um progresso sustentado de Portugal, reflectindo o esforço das políticas públicas e da mobilização dos agentes privados para estes domínios de acção.
Subir nos Rankings é um excelente sinal. Subir na grande maioria dos Rankings, como tem acontecido com Portugal, é um indicador potente de que um País está a fazer o que deve para se modernizar e tornar mais competitivo. No entanto, quando se analisa um Ranking de forma isolada é fundamental não cair na ilusão de que simplicidade e objectividade são duas faces da mesma moeda. Não são!
Nos Rankings, o resultado final é normalmente objectivo, mas a definição dos critérios e das fórmulas são de uma tremenda subjectividade e incorporam postulados ideológicos que nem sempre são considerados na sua interpretação e comunicação.
Os Rankings mais conceituados e influentes no domínio da competitividade económica reflectem uma matriz de análise tendencialmente neoliberal, na qual a ideia de sustentabilidade e equidade social são pouco valorizados e por vezes até “atrapalham” o resultado obtido. No entanto, como os recentes indícios de crise económica global bem o demonstram, o conceito de competitividade a médio e longo prazo é cada vez mais importante e nesse plano indicadores como a qualidade da regulação ou o nível de coesão social não podem deixar de ser considerados.
Os Rankings globais de modernidade ou os Rankings da Comissão Europeia inspirados nos pilares da Agenda de Lisboa, reflectem uma dimensão humanista mais consolidada. Não é por isso indiferente que Portugal tenha vindo a conseguir resultados ainda melhores nestes Rankings do que nos Rankings globais de Competitividade, sobretudo quando os dados reportados se referem aos anos de 2006 e 2007.
Há no entanto uma questão política essencial que quero sublinhar. Se é legítimo e necessário que cada País dê o seu melhor para se posicionar favoravelmente nos Rankings, então a definição dos critérios desses mesmos Rankings constitui uma referência determinante de transformação das sociedades! Uma referência demasiado importante para que se confunda com um mero exercício técnico. Esta é uma reflexão que não podemos deixar de partilhar nem de ter em conta na nossa acção.
No exercício das minhas funções como Coordenador da Estratégia de Lisboa e do Plano Tecnológico tenho acompanhado de perto a dinâmica de dezenas de rankings ligados á competitividade e à modernização da sociedade. Rankings que na generalidade têm reportado, com maior ou menor actualidade na informação de suporte, um progresso sustentado de Portugal, reflectindo o esforço das políticas públicas e da mobilização dos agentes privados para estes domínios de acção.
Subir nos Rankings é um excelente sinal. Subir na grande maioria dos Rankings, como tem acontecido com Portugal, é um indicador potente de que um País está a fazer o que deve para se modernizar e tornar mais competitivo. No entanto, quando se analisa um Ranking de forma isolada é fundamental não cair na ilusão de que simplicidade e objectividade são duas faces da mesma moeda. Não são!
Nos Rankings, o resultado final é normalmente objectivo, mas a definição dos critérios e das fórmulas são de uma tremenda subjectividade e incorporam postulados ideológicos que nem sempre são considerados na sua interpretação e comunicação.
Os Rankings mais conceituados e influentes no domínio da competitividade económica reflectem uma matriz de análise tendencialmente neoliberal, na qual a ideia de sustentabilidade e equidade social são pouco valorizados e por vezes até “atrapalham” o resultado obtido. No entanto, como os recentes indícios de crise económica global bem o demonstram, o conceito de competitividade a médio e longo prazo é cada vez mais importante e nesse plano indicadores como a qualidade da regulação ou o nível de coesão social não podem deixar de ser considerados.
Os Rankings globais de modernidade ou os Rankings da Comissão Europeia inspirados nos pilares da Agenda de Lisboa, reflectem uma dimensão humanista mais consolidada. Não é por isso indiferente que Portugal tenha vindo a conseguir resultados ainda melhores nestes Rankings do que nos Rankings globais de Competitividade, sobretudo quando os dados reportados se referem aos anos de 2006 e 2007.
Há no entanto uma questão política essencial que quero sublinhar. Se é legítimo e necessário que cada País dê o seu melhor para se posicionar favoravelmente nos Rankings, então a definição dos critérios desses mesmos Rankings constitui uma referência determinante de transformação das sociedades! Uma referência demasiado importante para que se confunda com um mero exercício técnico. Esta é uma reflexão que não podemos deixar de partilhar nem de ter em conta na nossa acção.
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