A Linha do Tempo
2009/08/10 09:44
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A onda de informação que nos assola nos dias de hoje faz com que sejamos cada vez mais especialistas do imediato e percamos o sentido da história e a linha do tempo. A consciência deste facto leva-me a fazer-vos uma sugestão de leitura de Verão, agora que as calmarias de Agosto nos convidam a aventuras frescas, mesmo que sejam aventuras literárias ou científicas.
Proponho-vos um livro simples com que o acaso me brindou recentemente, intitulado “Toda a História do Mundo” de Jean-Claude Barreau e Guillaume Bigot (Teorema 2009). É uma leitura de férias leve e interessante, combinando de forma inteligente narrativa motivadora e informação basilar. Neste livro, com 400 páginas de escrita fácil e escorreita, os autores contam-nos tudo aquilo que segundo eles é indispensável para “situar o nosso destino pessoal na grande história colectiva”.
Os autores identificaram uma necessidade dos novos tempos. É cada vez mais importante que cada um de nós tenha a capacidade mínima para interpretar à luz dum sentido próprio a informação múltipla que recebe. Para isso é fundamental ter uma ideia do sentido da história, dos caminhos que aqui nos conduziram e das hipóteses de futuro com que nos confrontamos. E é importante também assumir em função disso uma avaliação pessoal que sirva de antídoto a todas as manipulações, simplificações ou mistificações do quotidiano.
O tempo das notícias é cada vez mais curto e focado no sensacional e no espectacular. Jornais, rádios ou televisões economizam nos enquadramentos, nas fundamentações ou no contraditório. Sabem que um leve deslize de programação os fará perder o foco do leitor ou do espectador apressado e em consequência arriscam cada vez menos explicações que retirem impacto à novidade.
Neste contexto, para sermos cidadãos plenos e informados temos que ser nós a completar as notícias. A dar-lhe sentido. Para tal precisamos de conhecimento. Não necessariamente de grande ciência, mas pelo menos dum repositório básico de sabedoria essencial para compreender, interpretar e decidir.
A fita do tempo e a projecção espacial dos factos são ferramentas essenciais também para destrinçar o trigo do joio na avaliação política que se aproxima a passos largos. Dados atirados para cima da mesa sobre a situação económica de Portugal hoje e em 2005 tendem muitas vezes a esconder a dinâmica comparativa e a omitir que Portugal era em 2004 um País estagnado numa Europa em crescimento e é em 2009 um País que vem enfrentando melhor que média dessa Europa, a crise global profunda de que começamos agora a emergir.
Por isso este período estival deve ser em múltiplos sentidos um período de preparação para as importantes decisões que todos seremos convidados a tomar no início do Outono. Dei-vos um exemplo de um livro como vos poderia dar de muitos outros. Este é um tempo para ler e meditar com algum distanciamento e profundidade. Para afundar os alicerces das convicções. Para solidificar o edifício dos valores e dos projectos. Em síntese, para nos protegermos do ruído ensurdecedor em que se transformarão as campanhas à medida que o momento da escolha se aproximar.
A linha do tempo é inexorável mas quem a traça e define somos nós. Pelos menos aqueles de nós que não desistiram ainda de ser co-autores dum futuro colectivo que valha a pena ser vivido.
Proponho-vos um livro simples com que o acaso me brindou recentemente, intitulado “Toda a História do Mundo” de Jean-Claude Barreau e Guillaume Bigot (Teorema 2009). É uma leitura de férias leve e interessante, combinando de forma inteligente narrativa motivadora e informação basilar. Neste livro, com 400 páginas de escrita fácil e escorreita, os autores contam-nos tudo aquilo que segundo eles é indispensável para “situar o nosso destino pessoal na grande história colectiva”.
Os autores identificaram uma necessidade dos novos tempos. É cada vez mais importante que cada um de nós tenha a capacidade mínima para interpretar à luz dum sentido próprio a informação múltipla que recebe. Para isso é fundamental ter uma ideia do sentido da história, dos caminhos que aqui nos conduziram e das hipóteses de futuro com que nos confrontamos. E é importante também assumir em função disso uma avaliação pessoal que sirva de antídoto a todas as manipulações, simplificações ou mistificações do quotidiano.
O tempo das notícias é cada vez mais curto e focado no sensacional e no espectacular. Jornais, rádios ou televisões economizam nos enquadramentos, nas fundamentações ou no contraditório. Sabem que um leve deslize de programação os fará perder o foco do leitor ou do espectador apressado e em consequência arriscam cada vez menos explicações que retirem impacto à novidade.
Neste contexto, para sermos cidadãos plenos e informados temos que ser nós a completar as notícias. A dar-lhe sentido. Para tal precisamos de conhecimento. Não necessariamente de grande ciência, mas pelo menos dum repositório básico de sabedoria essencial para compreender, interpretar e decidir.
A fita do tempo e a projecção espacial dos factos são ferramentas essenciais também para destrinçar o trigo do joio na avaliação política que se aproxima a passos largos. Dados atirados para cima da mesa sobre a situação económica de Portugal hoje e em 2005 tendem muitas vezes a esconder a dinâmica comparativa e a omitir que Portugal era em 2004 um País estagnado numa Europa em crescimento e é em 2009 um País que vem enfrentando melhor que média dessa Europa, a crise global profunda de que começamos agora a emergir.
Por isso este período estival deve ser em múltiplos sentidos um período de preparação para as importantes decisões que todos seremos convidados a tomar no início do Outono. Dei-vos um exemplo de um livro como vos poderia dar de muitos outros. Este é um tempo para ler e meditar com algum distanciamento e profundidade. Para afundar os alicerces das convicções. Para solidificar o edifício dos valores e dos projectos. Em síntese, para nos protegermos do ruído ensurdecedor em que se transformarão as campanhas à medida que o momento da escolha se aproximar.
A linha do tempo é inexorável mas quem a traça e define somos nós. Pelos menos aqueles de nós que não desistiram ainda de ser co-autores dum futuro colectivo que valha a pena ser vivido.
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