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Agregar pelo Clima

 


Há dois tipos de situações que fazem falar muito do aquecimento climático e da necessidade de o conter. Uma delas é quando acontecem grandes catástrofes como inundações, furacões ou secas extremas. A outra é quando os líderes globais se reúnem tendo na agenda definir ações para mitigar as alterações climáticas e os seus impactos, nas designadas Conferências das Nações Unidas pelo Clima, cuja 27ª edição (COP27) que deve terminar hoje  em Sharm-El-Sheik no Egipto.

 

Quando há catástrofes induzidas pelas alterações climáticas ou grandes reuniões mediáticas sobre o tema, costumam subir de tom os discursos dramáticos e muitas vezes cortinas de fumo para disfarçar a escassez da ação concreta e multiplicam-se também as formas de protesto, em particular dos movimentos ambientalistas e defensores da biodiversidade e dos países em desenvolvimento, que são dos menos poluidores e dos mais atingidos pelos impactos do aquecimento global. 

 

Coincidindo com a COP27, um movimento inorgânico de estudantes portugueses, em linha com o que aconteceu em muitos outros países e em particular naqueles em que é livre a expressão do pensamento, tem vindo a promover várias manifestações para colocar os temas do clima na agenda, incluindo ações de ocupação de escolas e de desobediência civil.

 

É sempre positivo quando em temas chave para o nosso futuro coletivo, a indiferença é vencida. As formas escolhidas agir, para serem eficazes, devem agregar e não fragmentar a sociedade, porque todos são essenciais para responder à ameaça e ninguém o conseguirá fazer sozinho.

 

Precisamos de um pacto pelo clima, não nos discursos, mas nas ações. Um pacto no plano geopolítico, em que os Países disponibilizem pelo menos 100 mil milhões de dólares anuais para os países menos desenvolvidos possam cumprir uma trajetória de desenvolvimento sustentável, como foi estabelecido no Acordo de Paris. E um pacto também no plano geracional, em que os jovens que são por direito próprio os principais interessados em assegurar um planeta saudável onde possam viver, consigam conquistara solidariedade dos mais velhos para a sua luta.  

 

Fragmentar ou agregar são caminhos opostos para tentar vencer uma batalha de emergência e de sobrevivência pelo clima, pelo planeta e pelos já mais de 8 biliões de seres humanos que o habitam. A fragmentação é indiscutivelmente mais mediática. A agregação tem, pelas razões que expus, mais condições para ser assertiva e eficaz.

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