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Meter medo ao susto

 Refletindo um destes dias sobre as múltiplas e por vezes contraditórias estratégias que por todo o lado se vão ensaiando para consciencializar e motivar as populações aevitarem comportamentos de risco face à contaminação pandémica, veio-me à cabeçauma expressão popular que qualifica algo de pavoroso, ou seja, algo que é tão mau ou tão feio que “mete medo ao susto”.   

 

Especialistas de alto coturno, afamados cientistas, laboratórios altamente sofisticados, o melhor do conhecimento de que a humanidade dispõe, têm convergido num esforço hercúleo para encontrar vacinas ou outros fármacos capazes de enfrentar o vírus.Enquanto isso não acontece, os comportamentos individuais são o mais eficiente mitigador do contágio. 

 

Aceitando como uma evidência a necessidade de informar e legislar, quando necessário,para promover comportamentos positivos para o bem individual e coletivo, custa-me a aceitar que o medo seja usado e abusado como antídoto social ao vírus, ou seja, que através do medo induzido aos cidadãos se procure “meter medo ao susto”, esconjurando-o do nosso dia a dia.

 

Há cerca de uma década, quando chegou a minha vez de ter a honra de proferir a oração de sapiência nas celebrações do dia da Universidade de Évora, decidi abordar o tema da gestão da felicidade. O texto base da minha comunicação foi depois publicado pela editora Bnomics sob a forma de um pequeno ensaio intitulado “Gestão da Felicidade - Ensaio sobre um futuro desejável”. O conceito chave em torno do qual desenvolvi a argumentação, foi a ideia de que a felicidade é a ausência de medo, ou de medos, nas mais diversas formas que esse abjeto e paralisante sentimento pode tomar.

 

Sendo assim, num tempo em que as pessoas se sentem naturalmente menos felizes pelos pelos danos diretos ou indiretos que a pandemia lhes provoca no plano sanitário, económico, social e psicossocial, usar o medo como arma de consciencialização ou motivação é enfraquecer e paralisar ainda mais quem precisa de uma força redobrada para resistir e superar.

 

Mais eficaz será, na minha perspetiva, proporcionar uma informação assertiva, simples de entender, positiva, mobilizadora, verificável, não para assustar, mas para envolver o maior número possível de cidadãos nas ações e nos comportamentos que possam favorecer a vitória contra a brutal ameaça que nos confronta. Só conscientes da nossa responsabilidade e do desafio que enfrentamos e libertos do medo, podemos, todos juntos, ajudar a “meter medo ao susto”.

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