A Europa em Jogo
2010/02/14 18:04
| Diário do Sul, Visto do Alentejo
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São difíceis os tempos para a União Europeia, atordoada com as mudanças institucionais decorrentes da adopção do Tratado de Lisboa ainda em assimilação, emergindo com dificuldade duma crise económica que não provocou mas em que tem sido o principal alvo, fragilizada pelas contingências de Copenhaga, atacada desalmadamente na credibilidade da sua moeda e vendo o flanco de Países mais expostos sujeitos à especulação internacional, seja no preconceituoso ataque aos PIGS (Portugal, Italy, Greece and Spain), seja na mais alargada ofensiva contra os STUPID (Spain, Turquey, UK, Portugal, Italy and Dubai) que os abutres da finança consideram contaminados pela febre helénica.
Em simultâneo com este ataque económico, a Europa tem visto também o seu poder esvair-se por omissão de coragem política, como o demonstra o resultado das eleições presidenciais na Ucrânia ou os sinais de reorientação estratégica da Turquia. Em contraponto a esta situação difícil, culminada com a humilhação da eventual ausência de Obama na cimeira UE/EUA de Madrid, ressurge com toda a sua pujança o eixo Franco-Alemão, já bem notório nos resultados do recente Conselho da Competitividade sobre mobilidade sustentável e no Conselho Europeu que respondeu à crise Grega e lançou a nova estratégia 2020.
O motor Franco-Alemão não traz más recordações ao processo de construção europeia. Sem ele não teria sido possível concretizar a moeda única ou o alargamento. No entanto, a actual orientação política dos dois Países, sem a influência temperada de grandes Homens de Estado como foram Mitterrand e Helmut Koln, com liderança efectiva das duas maiores famílias políticas europeias, exige mais atenção de todos aos movimentos do novo Eixo.
O salve-se quem puder que parece ter tomado conta de algumas chancelarias europeias significa a curto prazo o naufrágio colectivo. Agora mais do que nunca a solidariedade europeia é um jogo de ganho múltiplo. Estão a ser desenhadas as regras da pós-globalização e da sua adequação á economia sustentável e aos valores humanistas do modelo social e económico dominante na Europa vai resultar a sorte da UE no novo quadro geoestratégico.
Não sou grande adepto das teorias das conspirações dos mercados, mas a verdade é que as pressões económicas têm vindo a fragilizar sobretudo lideranças de países governados por Partidos da Internacional Socialista como a Grécia, a Espanha, Portugal ou a Inglaterra. Para a direita Neoliberal esta situação pode parecer uma retumbante vitória. Será contudo uma vitória de Pirro. No neo liberalismo selvático a UE será sempre uma fotocópia de má qualidade. Só num contexto de economia social de mercado, sustentável e com valores humanistas a Europa poderá competir e ambicionar liderar.
É isto que se joga hoje na definição em curso da UE2020, cuja dimensão estratégica forte e mobilizadora parece ensombrada e secundarizada pelos debates financeiros de curtíssimo prazo. As nuvens de fumo não escurecem a Europa por acaso. São mecanismos para nos inebriar enquanto as regras do futuro se desenham. Temos que resistir. Temos que lutar. Temos que vencer. A Europa está em jogo e com ela o nosso futuro comum.
Em simultâneo com este ataque económico, a Europa tem visto também o seu poder esvair-se por omissão de coragem política, como o demonstra o resultado das eleições presidenciais na Ucrânia ou os sinais de reorientação estratégica da Turquia. Em contraponto a esta situação difícil, culminada com a humilhação da eventual ausência de Obama na cimeira UE/EUA de Madrid, ressurge com toda a sua pujança o eixo Franco-Alemão, já bem notório nos resultados do recente Conselho da Competitividade sobre mobilidade sustentável e no Conselho Europeu que respondeu à crise Grega e lançou a nova estratégia 2020.
O motor Franco-Alemão não traz más recordações ao processo de construção europeia. Sem ele não teria sido possível concretizar a moeda única ou o alargamento. No entanto, a actual orientação política dos dois Países, sem a influência temperada de grandes Homens de Estado como foram Mitterrand e Helmut Koln, com liderança efectiva das duas maiores famílias políticas europeias, exige mais atenção de todos aos movimentos do novo Eixo.
O salve-se quem puder que parece ter tomado conta de algumas chancelarias europeias significa a curto prazo o naufrágio colectivo. Agora mais do que nunca a solidariedade europeia é um jogo de ganho múltiplo. Estão a ser desenhadas as regras da pós-globalização e da sua adequação á economia sustentável e aos valores humanistas do modelo social e económico dominante na Europa vai resultar a sorte da UE no novo quadro geoestratégico.
Não sou grande adepto das teorias das conspirações dos mercados, mas a verdade é que as pressões económicas têm vindo a fragilizar sobretudo lideranças de países governados por Partidos da Internacional Socialista como a Grécia, a Espanha, Portugal ou a Inglaterra. Para a direita Neoliberal esta situação pode parecer uma retumbante vitória. Será contudo uma vitória de Pirro. No neo liberalismo selvático a UE será sempre uma fotocópia de má qualidade. Só num contexto de economia social de mercado, sustentável e com valores humanistas a Europa poderá competir e ambicionar liderar.
É isto que se joga hoje na definição em curso da UE2020, cuja dimensão estratégica forte e mobilizadora parece ensombrada e secundarizada pelos debates financeiros de curtíssimo prazo. As nuvens de fumo não escurecem a Europa por acaso. São mecanismos para nos inebriar enquanto as regras do futuro se desenham. Temos que resistir. Temos que lutar. Temos que vencer. A Europa está em jogo e com ela o nosso futuro comum.
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