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Pitágoras e a comunicação política

 Números a mais tornam-se ruído. O cérebro liga o automático e o coração os mínimos. Precisamos de mais exemplos e menos números para compreender o mundo. Os números que descrevem ficarão melhor na linha do tempo se forem menos expostos em cada momento, sobretudo quando servem antecipações não verificáveis. 

Arrisco esta breve incursão estival pelo terreno da matemática e da comunicação para defender uma ideia de que os especialistas do marketing usam e abusam, mas que sinto que tem estado curta na comunicação de todos os dias.  Há números a mais e mecanismos de confiança a menos na forma como muitas vezes se tem lida com a comunicação política em contextos complexos (o barrete também me serve obviamente).

 

Os números são conceitos abstratos fundamentais para a vida em sociedade e para os processos de contagem, medição ou ordenação. Enquanto símbolos representam o que nós quisermos representar. Pitágoras, filósofo e matemático grego, afirmou que os números constituem o princípio de todas as coisas. Em boa verdade nada existe que não possa ser representado conceptualmente através dos números e sobre os números em todas as suas tipologias assentam os diversos pilares do conhecimento, da arte, da cultura e do ser. 

 

Se através dos números podemos representar todas as coisas, nem todas as coisas têm que ser representadas através deles, sobretudo quando queremos gerar uma comunicação que conjugue o racional com o emocional, para criar empatia e gerar atitudes de transformação positiva

 

Há anos que somos informados sistematicamente sobre o reforço quantitativo e qualitativo das equipas que asseguram a generalidade das funções sociais do Estado. Quando por qualquer circunstância aumenta a pressão, saltam informações de novos concursos, novas admissões e novos investimentos. Ora se uma imagem vale por mil palavras, começo a ter dúvidas que com o abuso dos números, eles tenham a mesma eficácia. Existe um cansaço dos números, dos milhares, dos milhões e dos biliões, sejam eles à americana (milhares de milhões) ou à europeia (milhões de de milhões).   

 

Precisamos de narrativas enraizadas na realidade, demonstrando os resultados específicos de cada ação, de cada prática, de cada aplicação bem-sucedida. Pequenos exemplos, pequenos números, pequenos casos positivos onde se possa ouvir, sentir respirar, admirar os protagonistas. Situações em que o resultado se soma, a confiança se multiplica e o impacto se torna exponencial. São “números” destes que nos ajudarão a tirar o melhor partido do tempo que nos coube viver. 

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