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Contraste




Vivemos tempos de contraste. A alegria da liberdade e do progresso que fizemos nos últimos quarenta anos contrasta com a tristeza do abandono a que o atual governo votou o espirito de Abril. Ao mesmo tempo a alegria da celebração do dia do trabalhador contrasta com o desemprego, com a desqualificação e com a emigração forçada de muitos dos nossos trabalhadores.

 

Dedico por isso este texto a um contraste, ainda que um contraste diferente. Escreverei sobre uma razão de indignação e sobre uma razão de esperança.

 

Resisti a escrever sobre a indignidade que é um Governo cortar nas horas extraordinárias que permitem ter as Viaturas Médicas de Emergência (VMERS) operacionais 24 sobre 24 horas. Estão em jogo vidas. É inaceitável que as vidas sejam consideradas “gorduras” onde se pode poupar. O que tem sucedido com as VMERS em Portugal levaria em qualquer País com a democracia mais madura à demissão do Ministro da Saúde. Aqui todos assobiam para o lado. As famílias dos que partiram ficarão para sempre com a mágoa de que muito ficou por fazer para salvar os seus entes queridos.

 

A reforma da emergência médica foi uma verdadeira reforma e não um corte, realizado com grande coragem e brilhantismo pelo Ministro Correia de Campos. Essa reforma permitiu até hoje salvar muitas vidas. Espero que o governo tenha ao menos aprendido a lição com a sucessão recente de falhanços no sistema de emergência resultante dos cortes cegos nos meios disponíveis.

 

Mas nem tudo são más noticias. Portugal foi o país pioneiro na criação de condições para a promoção da mobilidade elétrica e dos veículos elétricos. Com uma capacidade de produção de cerca de 90% da nossa eletricidade com os nossos recursos endógenos e renováveis e 100% dependentes da importação de combustíveis fósseis essa aposta fez e faz todo o sentido.

 

Durante as minhas funções como secretário de Estado da Energia e da Inovação apoiei o mais que me foi possível esta linha de progresso. Uma indústria limpa, inovadora, com incorporação de tecnologia nacional, criadora de emprego e de riqueza e capaz de substituir importações, não pode deixar de ser uma prioridade.

 

 O atual Governo abandonou o trabalho feito, perdeu a vantagem da liderança e até mesmo uma fábrica de baterias da Renault / Nissan em Aveiro que significava um investimento de 200 milhões de Euros e centenas de postos de trabalho.      

 

A boa notícia é que três anos perdidos depois, o Governo volta a apostar na Mobilidade Elétrica. Olhemos em frente. A importância desta prioridade é tanta que não vale a pena chorar sobre o leite derramado e o tempo perdido. Força caro Jorge Moreira da Silva. Este é daqueles momentos em que se tiveres força e determinação podes fazer a diferença. E com isso ganharemos todos. 

 

 
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