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A Toque de Caixa



 

A recente visita do Presidente da República à Colômbia e ao Peru, cuja delegação integrei em representação do Grupo Parlamentar do Partido Socialista constituiu sem dúvida um sucesso político e empresarial.

 

As nossas empresas com produtos diversificados e com elevado conhecimento e valor acrescentado, que se foram desenvolvendo e fortalecendo no contexto do Plano Tecnológico, sejam elas em setores tradicionais ou em setores emergentes, privadas que estão do mercado interno, continuam no entanto a dar cartas no mercado global.

 

No quadro do cerimonial destas visitas muitos dos momentos foram acompanhados de fanfarras e bandas. Por várias vezes a comitiva cantou a plenos pulmões o Hino Nacional. Portugal foi diversas vezes referido como um exemplo dum País com identidade, culturalmente rico e com capacidade de dar respostas criativas e inovadoras para os Países emergentes como aqueles que visitámos.      

 

Visto dos Andes o nosso futuro pareceu melhor! Portugal esteve ali com força e com garbo. A crise foi esquecida a toque de caixa. Não senti falta de força anímica nem complexos de inferioridade em nenhum dos mais de setenta empresários que integraram a comitiva.

 

Não pude por isso durante os dias da viagem, deixar de medir o contraste entre a alegria duma delegação solta em territórios amigos, com a tristeza desanimada com que nos vamos relacionando com aquele que deveria ser o nosso espaço natural – o espaço europeu – capturado pela tecnocracia quase demencial dos guardadores do deficit.

 

De repente apeteceu-me que em Portugal se recriasse o ambiente daquelas terras dos Andes. Que cada orquestra, banda, fanfarra viesse para as ruas e todos cantássemos o hino nacional e o hino europeu (e também a Grândola!) a plenos pulmões porque a vida não pode ser outra coisa que não uma festa e uma busca permanente da felicidade.

 

A delegação da Troika poderia andar de reunião em reunião com uma banda sinfónica atrás e o famoso coro de Santo Amaro de Oeiras deveria cantar antes de Gaspar nos adormecer com a síntese da avaliação.

 

Adormecer ou acordar! Doem-me os braços caídos e o desânimo que legitimamente se apoderou de tantos de nós nestes tempos em que se celebra a primavera e a liberdade. A “toque de caixa” é uma alegoria. Uma alegoria pela alegria revolucionária. Pela quebra dos tempos de chumbo. Pela viragem.

 

 

 

 

 

 

 

 
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