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A História de uma metáfora fora do Sítio

Os dias de plenário no Parlamento Europeu em Estrasburgo são normalmente um puzzle complexo de pequenas reuniões e grandes debates, trocas diversas de pontos de vista, percursos acelerados entre salas e espaços de trabalho, alternância de idiomas multiplicidade de temas em apreciação. 
Na passada semana, numa reunião já tardia do Grupo dos Socialistas e Democratas que integro, apercebi-me que todas as delegações nacionais estavam a proferir palavas de despedida aos colegas ingleses. Inscrevi-me. Para surpresa minha a palavra foi-me dada quase de imediato
O cansaço e a não preparação prévia levaram-me pelosatalhos da metáfora. Lembrei que Portugal e Inglaterra eram os mais velhos aliados formais do mundo, recordei que o Reino Unido era como uma jangada de pedra ( e citei o Nobel Saramago como autor da imagem, ainda que para outros fins) amarrada à Europa e era nossa obrigação não quebrar as amarras dos valores partilhados, reforcei as inconstâncias da geopolítica citando o conhecido slogan “há mar e mar e há ir e voltar” e terminei melancólico,sublinhando que “é mais aquilo que nos une do que aquilo que nos divide”.      
Os meus colegas britânicos aplaudiram porque devem ter concluído que só podia estar a dizer coisas positivas. Muitos de outras nacionalidades fizeram o mesmo. Os portugueses sorriam ou pelo discurso ou pela sua tradução escutada com curiosidade numa das 22 línguas oficiais. Olhei então para as cabines de interpretação.  Percebi que tinha acabado de fazer tudo o que não se deve fazer numa intervenção para ser multiplicada por todas as línguas da União. Foi uma metáfora fora de sítio. Talvez por isso, em autodefesa, gravei-a na minha memória de tal forma que hoje me apeteceu partilhá-la como fragmento de memória recente. Uma memória que vale pelo efeito que tiver nas vossas memórias. É neste terreno quetodas as metáforas se lavram.  
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