Uma Aliança Progressista?
2014/06/28 17:19
| Diário do Sul, Visto do Alentejo
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Nas últimas semanas o Partido Socialista
(PS) tem estado nas bocas do mundo, embora tenha que reconhecer que nem sempre
pelas melhores razões. A exposição mediática do PS tem contudo algumas
vantagens. Os portugueses podem ver e viver em direto os processos de decisão
no seio do mais relevante Partido da História democrática portuguesa e até
poderão vir a participar diretamente em decisões chave quanto à formulação da
sua proposta política e à escolha da sua liderança.
Em Évora, o Diario do Sul dá conta da
disponibilidade de Capoulas Santos para presidir aos destinos da Federação. Uma
excelente notícia. Capoulas Santos tem um perfil e um estatuto que não se
coadunam com o facto de ser um líder de fação. Será certamente um candidato
inclusivo e que tirará o melhor partido daquilo que o PS de Évora dispõe.
Poderá construir com o Deputado que agora inicia funções e lidera a Federação,
José Carlos Bravo Nico e com outros empenhados militantes do Distrito, uma
solução agregadora de elevada qualidade. Espero que o faça. Contará para isso
com o meu apoio.
No plano nacional o debate entre os dois
candidatos conhecidos vai também permitir conhecer melhor as propostas e as
alternativas do PS. Num tema chave, entre muitos outros, acredito que os dois
candidatos convergirão. O PS deve tentar obter uma maioria absoluta para
governar. Só se isso não acontecer poderá ser ponderada qualquer política de
alianças no plano tradicional.
Mas para atingir essa maioria absoluta,
que continuo a considerar desejável e possível, o PS pode e deve tentar fazer
uma aliança alargada com os portugueses.
Uma Aliança Progressista que envolva o maior
número de cidadãos e também de movimentos políticos de nova geração que se
revejam na ideia da mudança, da prioridade à coesão, ao crescimento e ao
emprego e na centralidade das pessoas como protagonistas e beneficiários das
políticas. Um “PS Mais” terá mais hipóteses de ganhar com uma solução sólida de
governação.
Como se construirá esse Mais. Só com a adesão
de cidadãos à sua esquerda e à sua direita ou com a inclusão de movimentos e
partidos como o Livre, o MPT, o extinto 3D, a Renovação Comunista e todos os
que quiserem fazer parte de uma solução alternativa?
Eis um bom tema que gostaria de ver
debatido entre António José Seguro e António Costa. Em Itália uma conjunção de
primárias com a formação duma aliança alargada deu à esquerda uma sólida maioria
de Governo. E em Portugal? Este não deve ser um tabu na discussão que se segue no
PS.
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