Tarrafal
2008/10/27 10:00
| Diário do Sul, Visto do Alentejo
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O Tarrafal fez desde sempre parte do meu imaginário, embora só na passada semana tivesse tido a oportunidade de o visitar “in loco” no contexto dum convite para realizar uma conferência na cidade da Praia, no âmbito duma Universidade de Verão centrada na definição da estratégia de modernização daquele País, e na qual pude expor a experiência portuguesa, em particular a experiência do Plano Tecnológico.
Visitar o Tarrafal, hoje museu da resistência, foi uma experiência marcante mas não muito surpreendente. Os muitos filmes e documentários já me tinham criado uma imagem do lugar não muito diferente da realidade que encontrei. No entanto, a surpresa vem por vezes de onde menos se espera!
De facto, o que mais me surpreendeu foi a capacidade de libertação do povo de Cabo Verde, a qualidade das suas estratégias e politicas, a abertura dos debates e a clareza da visão que anima aquele povo arquipelágico e fruto duma mestiçagem de séculos.
Só a qualidade dos quadros e a adaptabilidade do povo crioulo permite que Cabo Verde com condições naturais inóspitas, seja hoje um País de referência em termos da qualidade da democracia, da modernidade dos serviços e da sustentabilidade do desenvolvimento. Recentemente admitido ao clube dos países em vias de desenvolvimento (deixando o clube dos Países menos desenvolvidos), Cabo Verde é um exemplo de como a qualidade das pessoas pode fazer a diferença no desenvolvimento e da riqueza das nações.
Durante os debates da Universidade de Verão lembrei-me muitas vezes do nosso Alentejo. A lonjura, a distância, a secura, a diáspora e a falta de gentes são fenómenos comuns. A força telúrica para lutar contra as dificuldades em Cabo Verde é um exemplo e um desafio para o Alentejo e para outras regiões do globo que têm que encontrar soluções inovadoras de libertação e de desenvolvimento.
As rivalidades territoriais entre ilhas e as dificuldades logísticas não impediram que a geração emergente de jovens quadros que não fizeram a guerra mas se prepararam para a paz, esteja a conseguir fundar um tempo de grande ambição.
Aos presos do Tarrafal de pouco servia fugirem da fortaleza que os aprisionava porque estavam cercados pelo mar bravo do Atlântico. Só a força das suas convicções lhes permitiu lutar contra a adversidade e fazerem vencer a sua causa, ainda que muitos não tenham vivido para a celebrarem.
Também Cabo Verde não é terra de dádiva fácil para os que a habitam. Por isso têm mais valor os que com esforço e empenho a vão libertando dum destino de pobreza e de sub – desenvolvimento, desmontando tijolo a tijolo o “Tarrafal” que asfixia a esperança.
Visitar o Tarrafal, hoje museu da resistência, foi uma experiência marcante mas não muito surpreendente. Os muitos filmes e documentários já me tinham criado uma imagem do lugar não muito diferente da realidade que encontrei. No entanto, a surpresa vem por vezes de onde menos se espera!
De facto, o que mais me surpreendeu foi a capacidade de libertação do povo de Cabo Verde, a qualidade das suas estratégias e politicas, a abertura dos debates e a clareza da visão que anima aquele povo arquipelágico e fruto duma mestiçagem de séculos.
Só a qualidade dos quadros e a adaptabilidade do povo crioulo permite que Cabo Verde com condições naturais inóspitas, seja hoje um País de referência em termos da qualidade da democracia, da modernidade dos serviços e da sustentabilidade do desenvolvimento. Recentemente admitido ao clube dos países em vias de desenvolvimento (deixando o clube dos Países menos desenvolvidos), Cabo Verde é um exemplo de como a qualidade das pessoas pode fazer a diferença no desenvolvimento e da riqueza das nações.
Durante os debates da Universidade de Verão lembrei-me muitas vezes do nosso Alentejo. A lonjura, a distância, a secura, a diáspora e a falta de gentes são fenómenos comuns. A força telúrica para lutar contra as dificuldades em Cabo Verde é um exemplo e um desafio para o Alentejo e para outras regiões do globo que têm que encontrar soluções inovadoras de libertação e de desenvolvimento.
As rivalidades territoriais entre ilhas e as dificuldades logísticas não impediram que a geração emergente de jovens quadros que não fizeram a guerra mas se prepararam para a paz, esteja a conseguir fundar um tempo de grande ambição.
Aos presos do Tarrafal de pouco servia fugirem da fortaleza que os aprisionava porque estavam cercados pelo mar bravo do Atlântico. Só a força das suas convicções lhes permitiu lutar contra a adversidade e fazerem vencer a sua causa, ainda que muitos não tenham vivido para a celebrarem.
Também Cabo Verde não é terra de dádiva fácil para os que a habitam. Por isso têm mais valor os que com esforço e empenho a vão libertando dum destino de pobreza e de sub – desenvolvimento, desmontando tijolo a tijolo o “Tarrafal” que asfixia a esperança.
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