Centralidade Digital
2018/06/16 10:34
| Diário do Sul, Visto do Alentejo
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Estamos cada vez mais embrenhados na sociedade digital e mesmo aqueles que apenas usam um telemóvel ou estão totalmente desligados deste novo mundo, sofrem nas suas vidas o seu impacto inexorável. Não há imagem mais forte e impressiva desta nova realidade do que a influência que as pequenas mensagens que o Presidente da maior potência global coloca nas redes sociais têm em todos os setores da vida no globo.
Os célebres “tweets” de Donald Trump são apenas o ponta mais visível de um “Iceberg” onde se podem ver à vista desarmada realidades tão disruptivas como a falsificação organizada do que acontece, a manipulação focada das percepções dos cidadãos ou a virtualização fosca de transações financeiras de quase impossível controlo ou auditoria.
Ao mesmo tempo, com base nas novas tecnologias, nasce em cada segundo um admirável mundo novos de novos produtos, serviços, soluções para reforçar a saúde e combater a doença, aproveitar os tempos de lazer, tornar mais fácil a mobilidade ou disseminar o conhecimento, contribuindo para vivermos mais e melhor.
Valorizar os benefícios da nossa nova sociedade digital e lutar contra os seus malefícios é um dos mais importantes combates políticos no nosso tempo. Aqueles que o travam correm o risco de serem incompreendidos, apelidados de tecnocratas ou de estarem longe dos problemas concretos das pessoas, mas a verdade é oposta.
Este desafio político, económico e social não se vence na bancada. É preciso ir a jogo, ter ferramentas e competências e estar incluído nas novas cadeias de valor.Tem, por isso, um enorme significado o acordo que na recente visita aos Estados Unidos e em particular a Silicon Valley, o mais conceituado ninho de inovaçãotecnológica no mundo, o Primeiro-ministro António Costa assinou com a Google,para que esta empresa contrate e forme 1000 programadores em Portugal.
Na nova economia digital as qualificações ganham terreno à localização geográfica como fator chave para a competitividade da economia e para a criação de emprego e de riqueza. A escolha de Portugal feita pela Google encerra uma mensagem muito forte. A afirmação do seu Vice-presidente Kent Walker considerando que “a nossa apreciação é que Portugal é um países líderes da economia digital na Europa” certificou uma centralidade conquistada com muito esforço e investimento, designadamente com a agenda do Plano Tecnológico que tive a honra de coordenar.
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