O Neo Liberalismo Morreu?
2008/09/29 16:00
| Diário do Sul, Visto do Alentejo
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Começo esta crónica justificando o seu título! É que não foi fácil decidir a sua formulação final. Tenho a convicção que com os recentes desenvolvimentos na economia global e com o rotundo falhanço dos processos de auto-regulação dos mercados, o Neo Liberalismo económico está em vias de morrer de “morte atestada” como se diz na nossa terra.
No entanto, a resiliência que o capitalismo nas suas diversas formas tem mostrado ao longo dos tempos aconselha a que mantenha no título desta crónica um preventivo e defensivo ponto de interrogação. O Neo Liberalismo económico está gravemente ferido. Se é ferimento de morte, só os próximos tempos o poderão confirmar em definitivo.
O Neo Liberalismo é o pilar económico duma visão de sociedade de mercado, baseado na ideia de que a regulação mínima e a acção livre dos mercados são geradores de riqueza, crescimento e emprego. Isso foi factualmente verdade durante décadas. O Neo liberalismo dificilmente pode ser atacado nas últimas décadas pela sua ineficácia económica. As suas fragilidades e as razões porque muitos se revoltaram contra a ideia de que a narrativa Neo Liberal marcava o “Fim da História”, foram sempre a sua incapacidade de promover a coesão social, a equidade e a igualdade de oportunidades.
A implosão dos mercados financeiros destruiu o mito da eficácia eterna do modelo Neo Liberal (da qual decorria o conceito de fim da história, que o próprio autor, Fukuyama, já abandonou). Alguns mais apressados vêem nesta destruição do mito uma espécie de redenção das profecias (previsões cientificas!) de Marx. Não subscrevo essa tentação. A regulação pelo Estado numa perspectiva de centralismo democrático falhou e não terá segunda oportunidade. O que é novo é que a ilusão da auto – regulação pelos mercados também falhou e não sairá desta crise em condições de retomar o seu papel de referência económica exclusiva.
Estamos perante um momento de disruptura em que novas soluções são necessárias. A História está carente dum novo impulso. Do meu ponto de vista esse impulso tem que se basear numa nova perspectiva de cidadania e de regulação, não pela burocracia ou pelos mercados, mas pelas pessoas em rede.
Pessoas preparadas, informadas, exigentes e rigorosas enquanto consumidoras e enquanto membros de comunidades com um objectivo de sobrevivência e bem-estar, mas também com uma visão forte baseada em valores éticos e socialmente responsáveis.
O Neo Liberalismo Económico morreu, mas o vazio de alternativas pode permitir a emergência dum sucedâneo ainda mais acossado e insensível. É por isso que o regresso da História é ao mesmo tempo um novo regresso da política enquanto confronto de ideias e de modelos. Nunca uma terceira via foi tão necessária e nunca o papel de cada um de nós na sua definição foi tão importante.
No entanto, a resiliência que o capitalismo nas suas diversas formas tem mostrado ao longo dos tempos aconselha a que mantenha no título desta crónica um preventivo e defensivo ponto de interrogação. O Neo Liberalismo económico está gravemente ferido. Se é ferimento de morte, só os próximos tempos o poderão confirmar em definitivo.
O Neo Liberalismo é o pilar económico duma visão de sociedade de mercado, baseado na ideia de que a regulação mínima e a acção livre dos mercados são geradores de riqueza, crescimento e emprego. Isso foi factualmente verdade durante décadas. O Neo liberalismo dificilmente pode ser atacado nas últimas décadas pela sua ineficácia económica. As suas fragilidades e as razões porque muitos se revoltaram contra a ideia de que a narrativa Neo Liberal marcava o “Fim da História”, foram sempre a sua incapacidade de promover a coesão social, a equidade e a igualdade de oportunidades.
A implosão dos mercados financeiros destruiu o mito da eficácia eterna do modelo Neo Liberal (da qual decorria o conceito de fim da história, que o próprio autor, Fukuyama, já abandonou). Alguns mais apressados vêem nesta destruição do mito uma espécie de redenção das profecias (previsões cientificas!) de Marx. Não subscrevo essa tentação. A regulação pelo Estado numa perspectiva de centralismo democrático falhou e não terá segunda oportunidade. O que é novo é que a ilusão da auto – regulação pelos mercados também falhou e não sairá desta crise em condições de retomar o seu papel de referência económica exclusiva.
Estamos perante um momento de disruptura em que novas soluções são necessárias. A História está carente dum novo impulso. Do meu ponto de vista esse impulso tem que se basear numa nova perspectiva de cidadania e de regulação, não pela burocracia ou pelos mercados, mas pelas pessoas em rede.
Pessoas preparadas, informadas, exigentes e rigorosas enquanto consumidoras e enquanto membros de comunidades com um objectivo de sobrevivência e bem-estar, mas também com uma visão forte baseada em valores éticos e socialmente responsáveis.
O Neo Liberalismo Económico morreu, mas o vazio de alternativas pode permitir a emergência dum sucedâneo ainda mais acossado e insensível. É por isso que o regresso da História é ao mesmo tempo um novo regresso da política enquanto confronto de ideias e de modelos. Nunca uma terceira via foi tão necessária e nunca o papel de cada um de nós na sua definição foi tão importante.
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